O nascimento de Petronio Augusto Pinheiro – Uma constelação fulgurante
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Filho de Francisco Nilo Pinheiro e Ana Angélica Pinheiro, um casal de migrantes vindos do Ceará, atraídos pelas promessas de prosperidade e fartura propiciada pela seringueira, o ouro branco, Petronio nasceu no dia 02 de fevereiro de 1922, no seringal Monte Cristo, e foi criado desde a primeira infância no seringal Conceição do Raimundo, município de Carauari, às margens do Rio Juruá, a 654 quilômetros da capital. A data em que nasceu Petronio Pinheiro é uma conjunção binária curiosa: 2/2/22, que sugere, de acordo com os numerólogos, uma postura visionária, refinamento de idéais, intuição apurada, atenta à revelação e à comunhão transcendental, capaz de unir vidas e propósitos, na dialética rara de partilhar e empreender.
Profecia ou crendice, o fato é que o dia do aniversário de Petronio Pinheiro é uma data plena de grandes eventos e extraordinários rebentos. Remete, por exemplo, à descoberta do Rio Amazonas, na lendária expedição de Francisco Orellana, em 1542. É o dia em que a crença do povo homenageia Mãe-d’Água, ou Iemanjá. Coincidência ou fato, Petronio era um apaixonado pelas águas dos rios da Amazônia. Dois de fevereiro é também a data na qual a Igreja Católica se curva à Nossa Senhora da Luz, ou da Candelária, e celebra a Apresentação do Menino Jesus no Templo e a Purificação de Maria. Por ter nascido neste dia, talvez seja essa uma das explicações por ter sido tão dedicado à vida religiosa. E mais, 02/02/1922 marcou a véspera da Semana de Arte Moderna, inserida nas festividades de comemoração do Centenário da Independência do Brasil, e que sacudiu a sonolência cultural e acadêmica do país, inserindo o Brasil na modernidade e interatividade profícua e artística entre as nações que afirmavam a própria independência. Uma semana que durou três dias, o suficiente para revirar crenças e costumes e determinar a irreverência alegre e criativa de nossa identidade e pluralidade cultural. Se as artes movimentam a partir de São Paulo, o protesto armado agita o Rio de Janeiro, com a Revolução Tenentista movimentou as estruturas de poder, na capital federal, denunciou desigualdades e anunciou mudanças, pra simbolizar o centenário da Proclamação da Independência à emancipação mais efetiva. De quebra, na prodigalidade de sentidos do ano de 1922; o movimento de libertação da condição feminina, sintetizado na figura de Bertha Lutz, militante na luta da crescente participação da mulher na sociedade, ilustra a busca na conquista do direito da mulher ao voto e redução de tantas desigualdades.